quinta-feira, 29 de novembro de 2012

I ♥ ?



Procura-se alguém que aceite gente estranha... Que não se importe de mais com a aparência, por que a pessoa em questão não gosta muito de se arrumar, ela prefere ter seus momentos. Que não ache loucura gostos estranhos, como achar sapos fofos ou ter medos diferentes.
Procura-se alguém que aceite a pessoa do jeito que ela é... Que seja decidido, por que essa pessoa é muito complicada, fica em duvida por tudo. Que seja honesto, por que de falsidade o mundo tá cheio. Que entenda que amar não é brincar. Que saiba amar. Que queira amar.
Procura-se alguém que não se importe de esperar... Essa pessoa é paciente, ela gosta de tudo devagar. Até de mais. Ela prefere que seja tudo de mansinho, que vá tudo bem devagarinho. Por que começar acelerado, é correr pro final mais rápido.
Procura-se alguém que tenha cuidado... Que saiba ser amado. Que saiba usar as palavras. Que saiba se impor sem ser grosseiro. Que saiba chegar a uma conclusão, e não simplesmente jogue tudo em cima do outro e fim.
Mas a verdade é que não procura-se ninguém. A verdade é que estou a esperar. Espero o dia que encontrarei essa pessoa que por enquanto é sonhada. Mas se vier amanhã, terá de voltar depois, pois ainda não. Ainda tenho muito pra escrever, muito pra estudar, muito pra arrumar.
Que não entendam mal. Só queria espairecer. Só queria desabafar. Guardar muitas expectativas na cabeça pode ser muito difícil.

Martha Medeiros

“Rir não é uma forma de desprezar a vida, e sim de homenageá-la. Mas atenção pra sutileza: isso não significa passar os dias feito uma boba alegre, dando bom dia pra poste. Trata-se de rir por dentro. De achar graça nas coisas. Mesmo as que não dão muito certo. A essa altura você já deve ter descoberto que nem tudo dá certo.”
— Martha Medeiros

Um coração de flor...


Era um belo vaso de cristal, deixado em cima de uma mesinha no centro da sala. Dentro dele sempre tinham flores, quando as atuais morriam eram logo substituídas por outras. As flores colocadas dentro dele, deviam durar no máximo uma semana, mas aquela moça insistia em colocar novas flores nele, com a promessa de que dessa vez cuidaria. Acontece que o coração é meio vaso. Você pode encher de sentimentos bons, mas se não cuidar tudo há de morrer.
E se esbarram na mesa e o vaso cai, não há cola que o faça voltar ao que era antes. O vaso continuará trincado, despedaçado. O coração assim é. Se você deixa o sentimento ruim entrar, ele faz o coração se sentir quebrado. E não adianta tentar amar, por que o coração machucado não vai segurar o amor, assim como vaso quebrado não segura flor.
Essa moça vai ter que comprar outro vaso de cristal pras suas flores. Ela vai ter que aceitar que o vaso antigo, era único, mas não é insubstituível. Assim como no amor, as vezes parece que tudo há de durar pra sempre, mas do nada acaba. E machuca. E dói. Mas se você tira todo sentimento ruim, tira todo caco quebrado do seu coração, ele poderá amar novamente.
E que dessa vez seja amado de volta.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A um antigo amor...



 Já faz algum tempo, né? Há alguns dias pensei o que deveria te contar. Primeiro pensei que devia me desculpar por ter ficado tanto tempo sem dar noticias, mas aí me dei conta de que se tivesse sentido minha falta, você teria me procurado. Em seguida pensei em te explicar algumas coisas que ficaram mal resolvidas, mas percebi que não lhe devo mais satisfações.
Então resolvi simplesmente agir como se fossemos bons e velhos amigos, apesar de não agirmos assim há muito tempo, e lhe contar os últimos acontecimentos que deram uma agitada na minha vida.
Começa pela faculdade. Este semestre foi incrível e finalmente agora eu tenho plena certeza de que fiz uma boa escolha. Com a faculdade vieram coisas novas, responsabilidades novas. Estou trabalhando numa escola onde as crianças são simplesmente incríveis, alguns me dizem que é a emoção de novata, mas ainda as acho incríveis.
E agora estou participando de um projeto novo da igreja que está sendo uma experiência incrível. Por falar em igreja, eu continuo bastante responsável por lá. Agora conheço um bocado de gente que faz questão de me chamar pra participar de praticamente tudo. Entre uma dessa muitas pessoas que conheci, há uma em especial. Ele é simplesmente incrível. E eu poderia falar milhares de coisas que ele é, mas vou me restringir aí. Não sei até que ponto você aguentaria, já que eu não aguentaria tanto.
Eu gostaria muito que cumpríssemos a velha promessa de manter a amizade acima de qualquer coisa, mas acho que ela é difícil de ser cumprida por você. Mas independente de qualquer coisa, só queria que ficasse bem claro que, eu consegui sim, ser feliz. E sou. Mesmo que às vezes o passado me assombre e me faça pensar em como seriam as coisas se você tivesse ficado. Mas no final das contas, acho que tudo aconteceu exatamente como deveria ter acontecido.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dançando na chuva



Ainda hoje lembro-me daquele dia. Toda vez que fecho os olhos acabo sorrindo ao me lembrar de ti. Teu jeito que me faz sorrir. Me faz te amar.
Tinha tudo pra ser mais um dia normal. Acordar cedo, me arrumar, ir pra aula. Mas você interrompeu toda a ordem dos dias normais me ligando dizendo pra te encontrar no centro da cidade. Andamos quase o dia todo procurando um “presente” pra alguém que você não disse quem era, simplesmente disse que queria minha ajuda. Acredito que rodamos todo o centro da cidade e mesmo assim você dizia: “não é suficiente, tem que ser maior, mais especial, essa pessoa merece mais”. E eu continuava procurando sem entender.
Fizemos uma pequena pausa. E ele me levou a um restaurantezinho perto da praia, nos sentamos bem na janela. Já era cerca de seis horas da tarde e olhando o céu já víamos o dia virando noite. O tempo começava a fechar, tinha cara de que vinha chuva.
Olhei pra ele que admirava o céu do lado de fora, eu não conseguia entender como aquele garoto conseguia me deixar tão fascinada, como ele conseguia ficar a cada instante mais bonito. Como se tivesse lido minha mente, ele me olha e abre um sorriso tímido deixando a cabeça cair para baixo.
Ao sair do restaurante, nos sentamos em um banco que ficava de frente com a praia. Foi aí que ele disse: “acho que achei meu presente”. Não entendi nada, e quando perguntei o que era ele olhou pra cima e pegou minha mão. Achei engraçado o modo como ele fez, apesar de não estar entendendo mais nada. Foi ali que começou a chover, uma chuva suficientemente forte pra em poucos minutos encharcar todo meu cabelo e molhar de leve minha roupa. Ele se levantou e se inclinou pra mim, como se estivesse fazendo um convite. Achei graça e rindo estendi a mão pra ele que mais que depressa segurou minha mão e me puxou pra perto de seu corpo. Passou minhas mãos no seu pescoço e me segurou forte pela cintura me conduzindo. Balançávamos como dois idiotas, no meio da chuva, sem musica. Algumas pessoas em volta olhavam dando risada e alguns casais imitavam a cena, dançando aos pares. Poucos momentos depois ele me soltou, mas manteve minha atenção nele que naquele instante parecia mais bonito do que nunca. Tirou do bolso o que parecia ser uma caixinha e pro meu espanto se ajoelhou na minha frente estendendo aquela caixinha azul na minha direção e ao abri-la, pude ver ali, o que me pareceu realmente o presente perfeito a alguém. Gritou bem alto para que todos que estavam em volta pudessem escutar: “Entra nesta dança comigo? Casa comigo?”.
Interrompendo meus pensamentos sobre aquele dia mais que perfeito, ele me abraça e diz: “Que você esta pensando?”. Respondi sorrindo: “Em você”.

sábado, 3 de novembro de 2012

Caio Fernando Abreu

"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar."
— Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Me recuso



Não, eu não nasci pra ser assim. Não vou seguir esse maldito padrão que diz que sou inferior a alguém simplesmente por ter nascido do sexo feminino. Os tempos mudaram, a situação mudou e o quadro virou, agora não sou mais obrigada a aceitar isso tudo.
Eu não quero me casar, não quero ser submissa, me recuso a ter que aceitar tudo que me for imposto, não aceito ouvir reclamações e gritos dizendo quanto sou incompetente quando não sou. Eu não preciso disso tudo. Eu não quero isso tudo.
Realmente não sei como em pleno século XXI ainda existam mulheres que aceitem ser menosprezadas e até espancadas em nome de um amor que é tão podre quanto a alma de um homem que tem esse tipo de atitude. Não compreendo como ainda hoje existem mulheres que se acabam em amores que duram apenas uma semana, um dia, uma hora... Não entendo como “eu te amo” pode virar “eu te odeio” em um segundo.
Sim, sou confusa. Sou um misto de conceitos e duvidas, mas fica tudo dentro de mim. Pouco importa se pareço vazia pros outros, eu sei o que se passa dentro de mim e pra mim é isso o que importa.